Perdido (2022) é o primeiro folhetim de George dos Santos Pacheco, com publicação quinzenal no blog do autor. Pacheco é professor e escritor, graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é membro da Academia Friburguense de Letras, autor de doze livros, entre eles os romances "O Pacto", "O mundo é pequeno demais para nós dois" e "O fabuloso Dr. Palhares", escrito em parceria com a historiadora Janaína Botelho. Assina também o conto "A Dama da Noite", adaptado em 2014 no curta metragem homônimo. O autor promove palestras e mesas literárias em Nova Friburgo e região.
A trama, como já é de costume do autor, tem como pano de fundo, Nova Friburgo. No enredo, um banco é assaltado em plena luz do dia e um carro é abandonado, no centro da cidade, sem que haja, a princípio, alguma relação entre os dois acontecimentos. Mas X se vê surpreendentemente envolvido e enredado em migalhas de biscoito que o levam a uma cadeia de crimes cada vez mais complexos e enigmáticos. Os delitos, tão distintos entre si, têm apenas uma coisa em comum: são cometidos por alguém sem rosto e sem voz. A mídia, por motivos óbvios, dá parca atenção aos eventos, enquanto a polícia marca passo, com poucos elementos para desvendar os casos. Assim, os dias de expediente na Imobiliária tornam-se cada vez mais raros, à medida que X, um homem solitário, beberrão e mulherengo, torna-se obsessivo na busca pelo autor dos crimes e questiona sua própria sanidade, no charco de vidas paralelas e medo que se formou numa cidade a caminho do céu.
Diferenças entre outras obras do autor
Pacheco divisou a evolução de sua forma de narrativa desde a publicação de seu primeiro romance, O fantasma do Mare Dei (2010), até o projeto Perdido (2022). “Em O fantasma do Mare Dei eu optei pelo foco narrativo em terceira pessoa, com um narrador onisciente e apenas um narrador. Mas eu sempre tive necessidade de testar novos elementos e formas de contar a história. Por isso, em meu segundo romance, Uma aventura perigosa (2015), optei pelo foco em primeira pessoa, com um narrador personagem. Daí por diante, mantive o foco em primeira pessoa, porque considero que a história fica mais próxima do leitor, mais plausível. Minhas experimentações foram na base da quantidade de narradores, a fim de evidenciar que a verdade, ou a história, sempre tem mais de um ponto de vista: em O Pacto (2017) temos dois narradores e em O mundo é pequeno demais para nós dois (2020), uma verdadeira Babel, cinco narradores.”, explica o autor.
Em O fabuloso Dr. Palhares (2022), escrito em parceria com a historiadora Janaína Botelho, George dos Santos Pacheco testou a escrita epistolar, que é quando a narrativa se estrutura baseada em cartas e diários, mantendo o foco narrativo em primeira pessoa e usando dois narradores. Em Perdido (2022), seu primeiro folhetim, ele pretende inovar ainda mais. “O folhetim é uma narrativa literária, seriada dentro dos gêneros prosa de ficção e romance, publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos como nos jornais e revistas, e na contemporaneidade, em portais eletrônicos. Surgiu na França no início do século XIX, sendo importado para o Brasil logo depois, fazendo enorme sucesso na segunda metade do século XIX e evoluindo para a novela televisiva. Em Perdido, quero usar o formato parcial e periódico, a fim de criar uma interatividade com o leitor, dividindo os capítulos em episódios curtos, típicos da leitura na internet. Além disso, aproveitando minha experiência em crônicas, quero “quebrar a quarta parede”, ou seja, um dos narradores (sim, haverá mais de um) vai conversar diretamente com o leitor, não se detendo em apenas contar a história. Eu acredito que a ideia da literatura é sempre inovar, fazer uso de novos estilos e formas de contar a história, para envolver o leitor.”
Perdido (2022) estreia em 20 de abril, no blog do autor.
Serviço:
Perdido
Folhetim (Romance), George dos Santos Pacheco.
Blog
do Pacheco – 2022 / Plataforma Medium
Publicação
quinzenal


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