Pois é, minha gente. Eu achando aqui que sofria de transtorno obsessivo compulsivo, mas conhecido pela alcunha de TOC, cheguei a conclusão que sou na verdade adepto do Feng Shui! Admito que sou um cara extremamente chato, e quem me conhece endossa sem pestanejar. Se passei em frente à um armário e uma das gavetas está entreaberta, o Pachecão não se aguenta e a fecha. Se um quadro na parede – ou pior ainda – uma sequência de quadros – está disposto de maneira inclinada, vai lá o chato acertar com o dedo indicador até alinhar. Se os itens numa mesa estão soltos como que à própria vontade, ele (ele mesmo, o Pachecão) os coloca posicionados em alinhamento quase militar, se possível, organizados por tipo de item. As sandálias quando descalçadas ficam uma ao lado da outra apontando a frente para a direção em que estou indo ou irei, jamais na posição contrária. O prato de comida é arrumado meticulosamente pondo os alimentos em categorias, nunca um cima do outro.
Vá lá, você também estava pensando que isso é coisa de maluco. Eu pensei por muito tempo, mas a versão 2020 deste contador de histórias está aprendendo a enxergar as coisas de outra maneira. Take it easy, terráqueos. Descobri que, na verdade, mesmo sem saber, há muito tempo eu sou adepto do Feng Shui, uma arte milenar chinesa de harmonização energética dos ambientes, que tem como base filosofias como o I Ching, o Confucionismo e o Taoísmo. Esse negócio existe há mais de 4 mil anos (quem sou eu pra dizer que está errado?) e era utilizado para observar os efeitos positivos e negativos da natureza ao escolher o espaço ideal para fazer plantações e moradias de forma a conservar as influências positivas e a distribuição destas no ambiente, além de redirecionar as energias negativas e as influências nocivas ao local.
Não é uma maneira bacana de me entender? Não sou obsessivo, apenas busco a harmonização dos ambientes e a canalização das energias para obter os melhores resultados! Caramba, e eu me cobrando por achar que estava com uma dessas patologias pós modernas. Porra nenhuma!
A verdade é que todo esse floreio é pra dizer que o problema nunca foi ter TOC ou não, o problema é a autocobrança e culpabilização. Estou sempre me cobrando e me culpando por algo. Por que, caros ouvintes da Rádio Pacheco FM – que opera em ondas tropicais de alguns milhares de quilohertz desde 1981? Vejam, a culpa das coisas nem sempre é nossa (nem sempre..), mas em compensação, a mudança dos resultados que esperamos dependem sim, na maioria das vezes, de nós mesmos e não dos outros.
Percebi, não sozinho, que toda essa cobrança estava me fazendo mal, mas oh, e agora? Quem poderá me defender? O Chapolim Colorado? Raimundo Nonato? Não, minha gente, sou eu mesmo. E é assim quase sempre.
Então, um dos segredos desta vida é se culpar menos, se cobrar menos, e tentar enxergar as coisas da maneira mais positiva possível – além daquela dieta Low Stress que eu falei, lembram? Mas isso não quer dizer que eu posso usar este raciocínio como um sofisma para escapar de minhas responsabilidades, que fique claro, viu, cara pálida?
Take it easy, não se estresse e muito Feng Shui pra vocês.
P.S. : Quando a culpa for sua, façam-me o favor de saber reconhecer isso pra vocês e para os outros, está bem? Não vão dizer por aí que o Pacheco falou e nhém nhém nhém e tal e coisa.
George dos Santos Pacheco
georgespacheco@outlook.com

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