Faço versos


Faço versos pra guardar
numa gaveta qualquer.
Faço versos pra cantar
no palco de um cabaré.

Faço versos pra gritar
ali, acolá, no meio da rua!
Faço versos pra flertar,
cortejar, seduzir a lua.

Faço versos como quem
rouba flores à madrugada.
Faço versos por ninguém,
simplesmente por piada.

Faço versos e por quê?
Se não estamos aí pra nada?
Faço versos e ninguém vê,
mesmo jogados na calçada!

Faço versos num bocejo,
preguiçoso e sonolento.
Faço versos num lampejo
orgulhoso e pirracento.

Faço versos e não ligo,
quem morde não ladra.
Faço versos, meu amigo.
Faço versos e mais nada.

George dos Santos Pacheco
georgespacheco@outlook.com

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